Tem início comumente nas pernas e glúteos, devido a um inchaço leve, fase esta não notada à primeira vista, apenas quando se aperta a pele, ficando esta irregular e em “casca de laranja”. O edema (inchaço) propicia a formação de traves de fibrose (cicatriz interna), a qual dificultando ainda mais a circulação local, aumenta o edema, que acelera a fibrose, etc… um ciclo vicioso. Com o agravamento da fibrose, há a loculação da gordura subcutânea (abaixo da pele) que fica aprisionada entre traves de fibrose, aumentando ainda mais o inchaço e sendo projetada para cima, ao passo que as traves de fibrose se retraem. Com isso, fica evidente o aspecto irregular, as depressões da pele nos locais de fibrose e as protuberâncias da gordura, alternadamente.
Mas o que pode ser feito para tratar tão indesejada alteração?
Cremes, massagens, meias, injeções, medicamentos e todos tipos de tratamentos se dispõem a tratar a celulite. Mas será que algum realmente é eficaz?
Primeiramente, a celulite não é curável, ou seja, não há como elimina-la de uma vez por todas. Por se tratar de uma alteração fisiológica natural, ela pode ser controlada, mas o corpo sempre tenderá a retornar ao padrão geneticamente predisposto. Na árdua tentativa de controlar a celulite, a primeira coisa a fazer é evitar que ela piore, não acelerarmos o seu desenvolvimento. Como, no final das contas, trata-se de gordura, todos os esforços devem ser feitos para evitar alimentos gordurosos ou calóricos, pois o acumulo de gordura sempre levará à piora do quadro. Exercícios aeróbicos são sempre estimulados, pois além de melhorarem a circulação das pernas, queimam gordura para gerar energia, reduzindo o acúmulo da gordura sob a pele. Assim, o exercício age em dois dos pilares da celulite: inchaço e acúmulo de gordura.
A maioria dos cremes e medicamentos para celulite (injetáveis ou não) visa atenuar o inchaço e aumentar o metabolismo do tecido celular subcutâneo, melhorando os mesmos pilares que o exercício. Porém, a penetração e efetividade nem sempre são as propostas e muito menos esperadas para o tratamento eficaz.
Meias e massagens ajudam a reduzir o edema, atuando apenas em um dos pilares.
Mais recente entre todos os tratamentos, a carboxiterapia surgiu como o tratamento mais completo. O gás carbônico, sabidamente um excelente vasodilatador, ao ser infundido abaixo da pele, aumenta a circulação local, reduzindo o inchaço, aumentando o metabolismo local e facilitando a queima da gordura. Por fazer um descolamento da pele pela infusão do gás, as traves de fibrose são afrouxadas atenuando as retrações da pele. Com isso, é o único tratamento que atua nos três pilares da celulite: edema, fibrose e gordura. Logicamente, como todos ou outros tipos de tratamentos, a carboxiterapia tem suas limitações e visa a atenuação e não a resolução da celulite.
Como em qualquer batalha, a chance de sermos bem sucedidos está relacionada ao maior arsenal de combate que dispusermos. Assim, quando associamos diferentes tipos de tratamentos, exercícios e reeducação alimentar teremos maior chance de êxito.
Dr. Júlio César Yoshimura
Cirurgião Plástico - Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Cirurgião Plástico - Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
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